quinta-feira, 1 de maio de 2014

Raiva do PT...

Esse é o sentimento que prepondera em boa parte dos 70% não simpatizantes do Partido dos Trabalhadores.

São 2 fenômenos: a simpatia e a fidelidade de 1/3 dos eleitores a um partido político, e a raiva às vezes incontida e explícita de parte dos outros 2/3.

Essa raiva creio que seja em boa parte concentrada em SP, capital e mais ainda no interior, devidamente alimentada pela parcialíssima revista Veja, cujo objetivo maior é primeiro pegar no pé do partido e de seus expoentes, e bem secundariamente prover informação.

A classe média Veja-orientada é um grupo expressivo, no Brasil todo, mas de fato especialmente em SP. Não vê esse grupo que Veja vende opinião malandramente em forma de informação. Não tira esse grupo suas próprias conclusões, ou aflora seus próprios sentimentos. Qualquer jornalista sabe da parcialidade voraz da Veja. Seus leitores talvez não.

Não se pode ter raiva ou amor tão gratuitos assim. Ambos não constroem um relacionamento, uma afinidade, nem independência de opinião. Nem justiça. Sentimentos extremos e gratuitos são vazios.

O PT foi fundado nos anos 80, ficou por 20 anos atuando fortemente, e com grande conteúdo ético (duas coisas que não se acham na política brasileira: trabalho e correção).

Ao chegar ao poder máximo da nação, figurões entenderam por bem sacar uma grana preta (algo perto de R$100 milhões) dos cofres federais e pagar corruptos políticos da base aliada, tudo em troca de apoio. Isso foi o célebre Mensalão, que de mensal não teve nada, foi tudo em pancadões rápidos mesmo.

Hoje é um partido apodrecido, como os outros sempre foram. Mas a raiva, que nunca foi direcionada aos outros, fica só no PT.

O adorado pelas elites Roberto Jefferson (ex-testa-de-ferro assumido de Collor, diga-se de passagem) recebeu R$4 milhões que nunca disse onde estão. Dele, aliás, ninguém tem raiva, ao contrário, é popular por ter sido delator do esquema que rendeu-lhe a premiação milionária, por falar com certo charme, e principalmente por legitimar nos iracundos de plantão a raiva ao PT (agora com razão).

Hoje teve mais um lance que os raivosos estão vibrando. O ex-deputado José Genoíno, presidente do partido à época, preso sentenciado pelo STF, não teve mais sua desculpa aceita pelo tribunal, e agora o fato de ser cardíaco não mais enseja prisão domiciliar. Ele foi há pouco ao presídio se entregar.

Sobre a situação de Genoíno, até Boris Casoy, eterno réu de entregar seus então colegas de Folha de mão beijada à tortura da ditadura militar no Brasil, aliviou a do cara. Quero uma vez na vida concordar com Boris: como puderam esses caras, com a história e a honra que tinham, cair nessa esparrela de Mensalão, e fazer o que fizeram? Vai saber...

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