terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Não precisava ser assim....

É uma pena que pessoas abandonem animais de estimação nas ruas, por não quererem cuidar mais deles, talvez por não terem castrado os pais dos pets, e assim prevenido a presença indesejada do animalzinho.

Mal sabem os sacanas que Deus fez os animais irracionais exatamente para mimarem os racionais. Abandoná-los é uma paga muito injusta.

É uma pena que pessoas legais e especiais passem por perto mas não fiquem. São como anjos que sobrevoam mas não pousam.

Pessoas legais fazem diferença quando chegam, e fazem falta quando saem.

Já pessoas especiais fazem muita diferença quando chegam, e fazem falta absurda quando saem.

É uma pena que o tempo passe rápido e oportunidades sejam perdidas. Algumas não voltam mais. Outras tem jeito. Mas o tempo não usufruído é único.

Em nome da prudência ou do medo, riscos pequenos viram ameaças, e as oportunidades vão virando vapor, que se bater o vento, desmanchará.

É uma pena que filhos e netos desnaturados depositem seus idosos, que não necessitam de aparato hospitalar sofisticado, em casas de repouso, ao invés de pelo mesmo preço cobrado pelo asilo achar um familiar ou cuidador que zele pelo idoso, mantendo-o acolhido pela família a quem o idoso amou a vida toda.

Filhos e netos desejosos de repouso para eles próprios, driblam a própria consciência, se separam do idoso em vida, e param de receber seu amor, seus conselhos, suas histórias.

A maior pena de todas é que se as pessoas quisessem, evitariam esses todos e muitos outros lamentos.

Não precisava ser assim....

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

A declaração, o diploma e o palhaço.

Neste dia 10 de dezembro de 2018 o mundo celebrou os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Essa declaração é uma peça de rara felicidade, tão profunda quanto óbvia.

A DUDH infelizmente precisou ser adotada pela ONU em 10 de dezembro de 1948, devido à então recente barbárie da Segunda Guerra Mundial, com o intuito de construir um mundo sob novos alicerces básicos humanos ideológicos.

Neste mesmo dia 10 foi diplomado pelo TSE (ou seja, formalmente reconhecido) o presidente eleito desta bagaça para o quadriênio 2019-2022, Jair Bolsonaro.

Com 63 anos de idade, natural de Campinas/SP, morando há cerca de 30 anos no Rio de Janeiro, Bolsonaro na campanha presidencial vitoriosa deste ano de 2018 afirmou:

- que as minorias deveriam se adequar às maiorias ou simplesmente desaparecerem

- que iria acabar com todo tipo de ativismo

- que seus opositores deveriam ser exterminados, alguns dias após ter sido mais enfático ao propor que fossem metralhados

- que se a lei penal não funcionar (talvez sob sua própria ótica de funcionamento), seria legítima a atuação de grupos de extermínio e milícias  

- na Rádio Jovem Pan, que não tem preocupação com construção de presídios, e sim que a população carcerária aumente empilhando-se um preso em cima do outro

- que comunidades quilombolas não faziam nada na vida, que pesavam muitas arrobas, e nem sequer serviam para procriar

-  que feminicídio era “mimimi” (nota: de acordo com a conceituada revista Exame, o Brasil é o 5º país do mundo em que mais se mata mulheres)

- que após ter 3 filhos homens, ele teve uma filha mulher por conta de uma fraquejada

- no Roda Viva da TV Cultura que FHC deveria ser assassinado, e que José Gregori (renomado jurista e ex ministro da justiça de FHC) nem sequer mereceria ser assassinado por ele

- no mesmo programa de TV, que seu livro de cabeceira era de autoria de Brilhante Ulstra, célebre militar torturador

Alguns anos antes, portanto tendo 50 e tantos de idade, ele havia dito:

- que seu imóvel funcional de deputado federal ele usava para comer gente

- na cara da repórter que a confrontou por ele ter um imóvel próprio e ainda usar o funcional na mesma cidade, que ela era uma idiota

- a uma colega deputada que o insultou, que ela era uma vagabunda, e que não a estupraria porque achava ela feia; o então deputado chegou a colocar a mão no peito dela, em um sinal que poderia rolar agressão física

E alguns anos antes ainda, ou seja, aos 40 e tantos anos de idade (nenhuma criança portanto) ele afirmou:

- que era sonegador contumaz e consciente de impostos

- que era a favor da dissolução do Congresso, pois não acreditava na efetividade do voto popular

- que era a favor da tortura como método policialesco repressivo

- que as mortes da ditadura brasileira de 1964 eram pouco, e que desejava 30 mil mortes (registros históricos dão conta de 1500 mortes nos anos de chumbo no país; a chamada comissão da verdade concordou em pelo menos 434)

Todas essas declarações acima feitas por Bolsonaro estão na imprensa, disponível e de fácil acesso  

Bem, este senhor foi diplomado presidente do Brasil exatamente no dia dos 70 anos anos da DUDH.

Ah, dia 10 de dezembro é também o dia internacional do palhaço.

Qualquer semelhança do senhor Jair com esta data, e divergência com aquela, não é mera coincidência.