quarta-feira, 10 de maio de 2017

O assédio é a podridão do ser humano

O assédio é algo paupérrimo. Covarde ao extremo.

O assediador escolhe uma vítima, inferiorizada de alguma forma, e desfere a seta maquiavélica assediadora.

Como muitos, fui assediado por belezões em minha infância e adolescência. Não era nada sexual, mas pouco importa, era moral, uma belíssima humilhação mesmo.

Não sei se é por isso que esse tema me incomoda profundamente.

Normalmente os assediadores acabam parando na sarjeta da solidão e da ignomínia. Lá é o lugar em que no final eles ficam. Os bonitões assediadores subjugam como algozes, mas acabam depois de tudo como ultra-fracassados.

Mas o que conta é o que se vê hoje em dia. Os fatos concretos para serem analisados.

E o que se vê hoje são três casos emblemáticos.

Um é o caso do galã José Mayer, que já pegou na vida cênica e também na real tudo quanto é gata. Mas compulsivo e burro, foi falar besteira e passar a mão numa funcionária da Globo, empresa que destina belos milhões ao ator galã há séculos.

Felizmente a vítima deu com a língua nos dentes na primeira semana de Abril/2017, e o galã acabado de araque meteu o rabo entre as pernas e confessou que errou - mas antes da moça reclamar publicamente, o covarde tarado negava tudo.

Covarde. Não aguentou a palavra e o olhar de uma mulher de caráter.

O segundo caso é o de Bill O'Reilly, cuja máscara caiu no final de Abril/2017. Apresentador âncora de 67 anos, da Fox News, nos EUA, exatamente de onde escrevo agora.

Ele que se proclamava ultra-conservador, defensor da moral e dos bons costumes, certamente adepto do trinômio família / tradição / propriedade, foi também desmascarado por mulheres de caráter.

O velho tarado e sua empresa compraram 5 mulheres por US$13 milhões, para não denunciarem o assédio do meliante. De qualquer forma, denúncias delas e de outras derrubaram o amiguinho de Donald Trump - super coerente, né?

O velho safado falava besteira a elas, tecia comentários obscenos, tentava encostar fisicamente nas vítimas.

Dono de uma índole doentia, e apesar do encobertamento de sua empresa, o maluco foi afastado da mídia.

O terceiro caso data do início de Maio/2017. Guardas civis metropolitanos da cidade de São Paulo tentaram uma modalidade de limpeza étnica.

Detonaram um morador de rua, querendo que o infeliz apresentasse nota fiscal de suas tralhas.

Idiotas, levaram os poucos pertences do pobre diabo de nome 100% sírio-libanês (o que realmente não é trivial), e ainda deram porrada nele a ponto de quebrar o punho do rapaz de 40 anos.

Bonzinho, de olhar puro, e com um osso fraturado, o rapaz bradava "não levem meus bagulhos!". Os bagulhos deste filho de Deus eram a única coisa que ele tinha, organizadamente acomodadas num carrinho de supermercado.

Os filhos do capeta detonaram um filho de Deus. Uma filha de Deus, uma transeunte de olhar terno tentava sem sucesso demover os algozes de tamanha agressão.

Um outro filho de Deus, um menino estudante de jornalismo é o responsável por todos nós sabermos disso, pois ele gravou a canalhice.

Assédio físico. Assédio moral. Assédio sexual.

Assédio covarde.

Que os assediadores coloquem a mão na consciência e parem a tempo suas presepadas no mundo físico, antes de ir acertar suas contas com o assediador-mor no mundo espiritual.

Aos assediados e assediadas, minha solidariedade, e meu desejo e sonho de que lutem pelos seus direitos de dignidade, inclusive envolvendo denúncia policial, e se aplicável em delegacia da ordem feminina.