sábado, 7 de junho de 2014

Marcha para Jesus (mas não necessariamente com Jesus)

Hoje foi o dia da maior Marcha para Jesus no Brasil, que ocorre em São Paulo.

A PM disse que a concentração teve de fato uma ótima adesão, na ordem de 200 a 250 mil participantes - "fichinha" porém perante o 1 milhão proclamado pela organização do evento e pela Rede Record, aquela rede de TV que o bispo de araque Edir Macedo comprou há décadas por US$45 milhões advindos de salários mega-generosos que ganha da igreja de sua propriedade.

Essa marcha não convence ninguém a seguir a pessoa mais importante da história, Jesus Cristo. Arrisco julgar que 90% de seus líderes são estropícios conservadores e fariseus, que em suas vidas, ações e reações não marcham nenhum milímetro para o Senhor Jesus. Mas também apostaria que 90% dos marchadores são cristãos sinceros e bem intencionados.

Não se pode afirmar que Jesus, cuja mensagem seria o objetivo dessa marcha, esteja identificado com a andança aí.

Trata-se de uma efeméride gospel boba, sem dizer a que vem, sem poder de mudar pensamentos e sonhos de ninguém. Além disso, conta com música ultra-pop paupérrima, embora se servindo muitas vezes de bons artistas - estes, ladeados por sua vez por bons músicos os suportando sob pagamento.

Eu também sou gospel. Ou evangélico. Desde pré-adolescente. Na minha lembrança mais antiga, dizia-se de nós crentes ou protestantes - alcunhas que acho mais legais. Mas nunca fui nessas marchas aí (para quem não lembra, elas foram iniciadas pelo casal contraventor Hernandes, da igreja Renascer, no início dos anos 1990, e até hoje são lideradas pelo casal picareta).

A estar nessas paradas aí, prefiro praticar meu esporte, andar de moto, encontrar amigos, e tomar meu vinho assistindo TV. Exatamente o que fiz hoje, enquanto meus irmãozinhos enchiam o saco da população atrapalhando o trânsito da cidade - ainda que fizessem isso com 1/5 das pessoas que achavam que eram.

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