sexta-feira, 27 de junho de 2014

O pior do melhor no futebol...

Dizem que o "melhor" esporte que tem é o futebol. É o que mais tem fãs no mundo, portanto o mais conhecido, o que mais arrebata multidões enlouquecidas (e enfurecidas), o que mais permite um escore interessante, o esporte coletivo de regras mais simples que existe, aquele em que a forma de bater na bola traz resultados improváveis, aquele em que nem sempre o melhor vence, ou seja, o esporte em que se subverte a lógica em favor da emoção.

Mas é o pior no quesito coerência.

Não há limites para faltas individuais ou coletivas sem punição específica. 

Os jogadores não confessam  qualquer infração. 

Ao contrário, é meta dos atletas causar danos ao time adversário na base da malandragem.

E há julgamentos de órgãos  superiores dignos de risada e revolta.

Está celebrizada a dentada que o cracaço uruguaio Luis Suárez deu num fulano italiano na Copa tupiniquium corrente. É uma violação às regras do esporte bretão, claro. Portanto deveria ser o falastrão expulso, e subsequentemente cumprido a chamada suspensão automática, ou seja, não jogar o jogo seguinte, e após isso voltar aos gramados.

Mas o juiz não viu o ato bizarro durante o jogo (e curioso é que o mordedor mexia estranhamente nos dentes após as dentadas, como se estivesse limpando as presas, sei lá...), houve julgamento tempestivo logo após, e o craque pegou nada menos que 9 jogos de copa/eliminatórias de gancho, entre outra penalidades.

Cotoveladas e outras agressões mais, e gols de mão como o de Henry em jogo decisivo das eliminatórias da Copa de 2010 que levou delinquentemente a equipe francesa ao mundial, passam impercepitíveis pelos árbitros (até aí tudo bem, faz parte da impossibilidade/incompetência humana) mas são depois absolutamente perdoados pelo mesmo tribunal que detonou o dentuço uruguaio bom de bola.

Se fosse um esporte com um mínimo de coerência, aplicaria-se extemporaneamente a mesma pena que o juiz teria aplicado caso visse a infração.

Ou seja, Suárez cumpriria um jogo ausente como pena - e não esses nove exageradíssimos. Outros viloentos, idem. O gol de mão de Henry teria sido anulado, com ou sem marcação alternativa de nova partida. Etc., etc.

Não bastasse esses julgamentos injustos e incompreensíveis, há ainda a precariedade do cumprimento das regras gerais.

Em campeonatos com estrutura suficiente, claro, bastaria ter câmera com reprise para checagem imediata com apoio de mesa judiciária, a exemplo de tantas outras modalidades esportivas! Simples assim! Mas há quem diga que uma checagem assim tira a "emoção" do futebol.

De fato, é de chorar de raiva de tudo isso viu...

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