domingo, 23 de fevereiro de 2014

Justiça que tarda, falha

Justiça que demora para ser feita deixa de ser totalmente justa.
 
Durante a semana o Ministério Público Federal denunciou seis pessoas por conta do célebre atentado no Complexo Riocentro - um sétimo elegível para isso seria o militar que por algum descuido teve a bomba destinada aos inimigos resistentes explodida em seu colo, e desde então foi ele próprio parar no colo de alguém no além. Quem sabe agora, 33 anos depois, sai alguma condenação aos que ainda estão na dimensão dos vivos.
 
Também nos últimos dias, o conhecido massacre do Carandiru gerou julgamento dos réus do caso, 22 anos após a matança, e mesmo assim parece que não será dessa vez que implementadores da pena de morte em 111 presos de uma vez só serão condenados - assim como no caso dos réus das mortes e torturas da ditadura militar de 1964, parte já morreu, e parte está de pijamão em casa esperando a morte natural chegar, auferindo aposentadoria mensal em valores imoralmente (mas legalmente) altos, muitíssimo maiores que suas contribuições durante o tempo de serviço, mas isso de salários do funcionalismo público já é outro papo.
 
Quando o establishment ou a elite (como o jornalista Pimenta Neves e o juiz Lalau) aprontam, demora horrores para serem condenados por seus crimes, e às vezes de fato nunca são. É sempre assim. Criminosos de grife são eternamente desculpáveis, a justiça vai bem devagar e a maioria da população sempre pega leve, ou até mesmo os apoia. Já ladrão de bicicleta e de lanchonete, como temos observado na imprensa nos últimos dias, são perseguidos, espancados e amarrados em praça pública por essa mesma população. Vai entender...
 
Se o rigor da lei fosse aplicado a ambos os grupos delinquentes, poderosos e não-poderosos, eles teriam tratamento bem diferente que tem tido. Mas o reflexo da legalidade, ao invés de ideal a ser buscado com todos seus defeitos e virtudes, parece que não é muito desejado pelo povo em geral.
 
Seguem links de acesso a vídeos tanto do caso Riocentro (Arquivo N, da Globonews) como do caso Carandiru (SPTV, da TV Globo).

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