Vergonha alheia. De Caio e de Silas.

Vergonha alheia do Caio Fabio. 

Já pela 4a ou 5a vez figurou no quadro Top 5 do programa televisivo CQC. E no topo, em primeiríssimo lugar. Foi há poucos minutos, na TV Band.

Alardeado pelo apresentador como o auge do programa, o Top 5 exalta as maiores bizarrices da TV e da internet na semana que passou.

Caio não só figura lá de quando em quando, como encabeça, vence todas as demais barbaridades veiculadas na TV e na internet.

Ele é pastor protestante, ou ex-pastor, sei lá, mas ainda ensina, prega, lidera programas em canal de internet, vai a talk shows na TV conceder entrevistas. Nestes, quando segura a onda e não fala futilidades sexuais, vai super bem, talvez melhor que qualquer outro evangélico que se expõe na mídia.

Mas Caio não segura a onda de falar em órgãos sexuais, de fazer trocadilhos bobos com o tema, de expor teses sobre sexualidade que soam malucas de pedra. Tudo sem a menor necessidade.

Tenho vergonha alheia também quando Silas Malafaia, também pastor evangélico, destila na TV seu ódio, sua agressividade, sua arrogância, suas jóias de ouro, seus apoios políticos em manés, seu legalismo cego.

Silas é queridinho de muitos já convertidos. Mas com seu estilo truculento e soberbo não convence o mais suscetível dos ouvintes descrentes da fé evangélica.

Caio e Silas demonstram raiva incomensurável um do outro. Ofendem-se publicamente. Perdem ótimas oportunidades de ficarem caladinhos.

Mas eles são super parecidos na minha opinião, são duas faces de uma mesma moeda.

Ambos são arrogantes, excessivamente seguros, agressivos nas palavras, com temperamento forte e aparentemente se orgulham disso. Não pensam antes de falar as bobagens que falam.

Ambos expõem facilmente seus sentimentos primitivos, íntimos. Não sabem que tais sentimentos devem ser controlados (como a truculência de Silas) ou então manifestos na mais absoluta discrição (como a fixação por sexo de Caio).

Aos meus ouvidos, apesar das boçalidades que fala, e da vergonha alheia que sinto, Caio soa melhor que Silas em larga margem.

Mas devido ao resumo da ópera que ambos encerram, se dependesse de mim os dois ficariam calados, para cessar um pouco a vergonha. Vergonha alheia, não a deles próprios, que parecem não ter qualquer senso crítico.