terça-feira, 19 de agosto de 2014

A dor de Dilma

Dor dela mesma, ou dor de seus eleitores por ela.

Dilma acaba de ser entrevistada (dias após Aécio Neves e Eduardo Campos) pelo Jornal Nacional da TV Globo, provavelmente o melhor noticiário televisivo do Brasil - graças a William Bonner, que parece um cara quase perfeito em suas ações como apresentador.

Já no quesito liberdade e consistência dos comentários, Ricardo Boechat da Band "ganha", ainda que na TV ele seja apenas um arremedo do que é na ótima rádio Bandnews.

Mas Dilma saiu-se mal em minha opinião.

Aécio havia sido arrogante. Sorrindo de nada e por causa de tudo. Sem responder os questionamentos. Um playboyzão desengoçado, para delírio dos conservadores, manutenção certíssima de votos, e apoio cego e perseverante da revista Veja. Mas sorriu, ainda que cinicamente, o tempo todo, e nesse sentido (o da aparência) deu um arrogante e eficaz show de bola.

Eduardo estava sem qualquer sorriso no rosto na entrevista que foi apenas um dia antes de sua morte ultra-trágica. Olhos impactantes arregalados aparentando estar assustado e desconfortável, tetricamente à véspera da própria morte, Campos não se deu bem na minha visão. Mas foi uma pessoa humilde e transparente.

Após o desaparecimento absurdo de Eduardo, e o aparecimento em tudo quanto é lugar do pavão Aécio, Dilma conseguiu unir o pior de ambos: foi arrogante e não conseguiu dar um sorriso sequer.

Vamos ver como Marina SIlva se sairá na mesma situação, caso seja convidada (e deve ser). Marina, aquela que não vê defeito em ninguém, que acha FHC um estadista, Lula um homem do povo, Maluf um cara inteligente, Kassab um cara hábil, e por aí vai.

Votei em Marina há quatro anos, mas logo me arrependi. Ela não me parecia e não me parece capaz de ajudar o país.

Há hoje quase 1/3 dos eleitores de acordo com o Datafolha que pensam em votar nela, seja pelo momento de comoção que a ex-vice de Eduardo abarca pelo destino, ou por qualquer outro fator...

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